1. |
Nada
04:14
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Nada do que eu tenho p'ra te dar
Vai servir pra comparar
Com o que eu dava p'ra te ter
Nada é a palavra que mais serve
Quando o meu amor não ferve
Quando mais devia ferver
A garrafa vai vazia só de eu pensar em ti
E o copo meio cheio porque a meio adormeci
O teu corpo cheira a rosas
Assim como a minha cama
Quem me abraça nos lençóis
Com certeza que me ama
Aqui aprendi a ser feliz, quando eu não quis!
Aqui aprendi a viver, quando eu quis morrer!
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2. |
1 num Milhão
04:42
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Em pequeno sonhava, sem saber qual era
a receita p’ra domar aquela fera:
a vida depois do liceu.
A casca desta laranja já não era assim tão doce,
até fazia doer.
Fosse como fosse, pois a partir de agora é a sério.
Adeus papá! Adeus mamã!
Daqui a uma semana volto cá.
Prometo que me vou portar bem!
E assim eu fui.
- Mas agora tenho um canudo!
(- Mas o que é que eu faço?)
- Eu penso já ter tudo!
(- Não é forte como o aço!)
- Pensava ser sortudo!
(- É feito de latão!)
- E agora sou só mais um
no meio de um milhão!
Já 3 anos passaram e eu não sei para onde ir.
Tudo aquilo com que sonhava acabou por ruir.
Eu tenho o curso na mão e até é daquilo que eu gosto
mas não ganho um tostão
e pago bem o imposto.
Não foi para isto que estudei!
Não foi para isto que estudei e paguei!
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3. |
Carrossel
05:35
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O cavalo que vive no carrossel
é frustrado e todos olham para ele.
Ele não sabe o porquê de tanta alegria
e gira, gira… Todo o dia…
Para todos, tudo isto é bom.
Para ele é só mais um dia ao som
do carrossel.
Ele já lá nasceu mas
sempre sonhou com o mundo exterior.
Sem estar preso ao varão.
Sem sentir tanta dor.
Sem ferrugem a prender-lhe o sorriso.
Sem viagens incansáveis à volta
do carrossel.
De repente ninguém apareceu no carrossel.
O cavalo lá adormeceu no carrossel.
Num instante, já houve paz no carrossel.
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4. |
Fuso Horário
03:14
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Mudei a minha hora para o fuso horário dela.
Bela hora em que ela se diverte, me explora.
Por vezes o tempo passa, sem ter por onde passar
e os relógios cantam horas sem que os ouçamos
cantar.
É feliz o meu dia.
O meu dia é tão feliz.
Durmo quando me deixo adormecer no que ela diz.
É feliz o meu dia.
O meu dia é tão feliz.
Aproveitamos do tempo todo o tempo que ela quis.
Eu sei que o tempo é só meu e teu aqui!
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5. |
7 Chaves
04:45
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Fechei o coração a 7 Chaves
e dei-as todas a ti.
Dói-me quando noto que não sabes
que eu continuo aqui à espera, sem saber,
se é este o meu caminho.
Se tenho de o fazer sozinho!
Faz o que tens a fazer!
Guarda o que tens a guardar!
Faz tudo p’ra perceberes que, eu, só não quero
pensar no que tu tens p’ra fazer, no que tu tens a
guardar.
Não vou nunca perceber mas vou sempre, sempre,
amar!
Volta p’ra quem tu queres ser.
Não te queiras magoar.
Não te lances sem saber o que podes encontrar.
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6. |
Menina no Banco Azul
03:25
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Menina no banco azul,
não esperes pelo sol
porque ele só brilha se tu te deixares dormir.
Menina no banco azul,
que está posto no jardim,
não penses que chove porque há nuvens no céu.
Só chove porque tu estás assim!
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7. |
Melro
07:40
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Encontrei um melro com uma asa partida,
dei-lhe de comer e acompanhei-o à melhoria,
ensinei-o a cantar melhor do que sabia
e a voar com muito mais alegria.
Mas ele afeiçoou-se e quis ficar comigo.
Rapidamente me tornei do melro um amigo.
Pouco tempo passou mas não estava mais ferido e
no fim acabou por fugir.
Se eu sabia não dava de comer ao melro que fugiu e
me enganou.
Não pegava nunca nele ao colo.
Deixava-o a solo num lugar onde alguém também o
deixou.
- Melro, onde vais? – perguntava eu baixinho.
- Por favor, rapaz, deixa-me estar aqui sozinho.
- Vamos ao café… comer um gelado… os dois?
- Não me apetece agora. Fica pra depois.
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8. |
Façamos de Conta
12:07
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Façamos de conta
que amanhã ao acordar
vou ouvir o teu sonhar
e sair sem fazer barulho.
Pensemos que vai dar
para eu ir-te abraçar
antes que o comboio chegue,
antes que ele te leve.
Façamos de conta.
(Façamos de conta)
que as nove não vão chegar,
que não vou ter de te largar
nem tu de ir, se não quiseres.
Os melros não se podem prender
E fingem não chorar.
Dizem não estar a doer!
Façamos de conta
que a gasolina vai descer,
que não vou ter de me conter
nas idas ao cinema contigo
e que o tempo seja nosso amigo
e que faça chover.
Vamos fingir que o mundo vai sorrir para nós,
que o nosso T3 sempre vai existir,
que o labrador sempre vai passear
mas deixem-nos sonhar!
Deixem-nos sonhar!
Façamos de conta…
que deu tempo para te beijar.
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Rui Taipa Freamunde, Portugal
Rui Taipa é um cantautor português que escreve e canta na sua língua nativa, canções com alicerces folk e no rock
alternativo.
Rui Taipa is a Portuguese singer-songwriter who writes and sings in his native language, songs with foundations on folk and alternative rock.
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